(Foto: Reprodução/Prefeitura Municipal de Itabuna)
Piauí, 319 mulheres foram internadas no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento de varizes no ano de 2022. Os dados foram divulgados pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), com informações do Ministério da Saúde.
Nos anos de 2020 e 2021, período em que ocorreu a pandemia da Covid-19, os números de internações caíram para 129 e 243, respectivamente. Para a SBACV, esses dados sinalizam que muitos casos represados durante a pandemia podem ainda não ter sido tratados. Em 2019, 350 mulheres foram internadas para realizar tratamento da doença. De 2013 a 2022, 2.908 mulheres piauienses buscaram atendimento para tratar os sintomas e sinais das varizes.
Dentre as regiões, o Nordeste aparece em terceiro lugar com o maior número de mulheres buscando atendimento para realização de tratamento de varizes. Em 2022, foram 5.338 atendimentos em 2022. A região perde apenas para o Sudeste (27.780) e Sul (9.597). Nos últimos 10 anos, 64.741 mulheres que residem na região Nordeste foram internadas para tratar a doença.
Pandemia
Com 45,8 mil mulheres internadas por varizes em 2022, último ano sobre o qual foi possível obter registros consolidados de 12 meses, o banco de dados do SUS registrou um aumento de 103,4% em comparação ao ano anterior (2021), quando 22,5 mil mulheres foram internadas pelo problema na rede pública.
No entanto, embora esse dado indique uma onda de recuperação dos casos represados durante a pandemia, o poder público precisa se esforçar para atingir os níveis registrados antes da crise. Isso porque o último número registrado é 26% menor do que a média de procedimentos que vinha sendo registrada ao longo dos anos.
De 2013 a 2019, recorte da série histórica que não sofreu o impacto da covid-19, em média, 62 mil mulheres foram internadas a cada ano para tratamento da doença. A produção ambulatorial do primeiro ano pós crise (2022) é bem inferior à média registrada até 2019.
O apanhado revela que 2020 e 2021 foram os anos da série histórica com maior percentual de internações de caráter de urgência, em comparação ao número total de registros. Nesse período, 17% das internações não foram de caráter eletivo. Em todos os outros anos da série histórica, essa marca permaneceu abaixo dos 14%, como detalhado na tabela a seguir. O cenário sugere que muitas pacientes não contaram com suporte clínico e ambulatorial, tendo que recorrer ao atendimento emergencial em prontos-socorros devido à gravidade dos sinais e sintomas.
Cenário nacional
No Brasil, mais de 529 mil brasileiras foram internadas para tratamento de varizes entre 2013 e 2022. O cálculo aponta que a cada hora, em média, seis mulheres são submetidas a cirurgias para tratamento do problema pela rede pública de saúde.
O acúmulo de internações registradas até dezembro de 2022 tem maior expressão nas regiões Sudeste e Sul, em números absolutos. A primeira, por exemplo, é responsável por mais de 56% de todas as notificações, com um montante de 297.097 mulheres submetidas a tratamento de varizes. Já no Sul, 120.524 mulheres foram internadas no mesmo período. Na sequência, vem a região Nordeste, com 64.741 registros; o Centro-Oeste, com 29.240; e o Norte, com 18.096. Na tabela abaixo, confira detalhes da série histórica por região.
Na comparação entre 2021 e 2022, o Brasil registrou um aumento de 103,4% na produção ambulatorial. No mesmo cálculo, a região que mais se destaca é o Sudeste, com aumento de 118%, seguida pelo Sul (116%); Centro-Oeste (73%); Nordeste (57%) e Norte (16%).
Doença
As varizes são veias dilatadas, tortuosas e alongadas nos membros inferiores. Devido às alterações, as veias se tornam visíveis e deixam de conduzir o sangue de forma adequada, causando dores, desconforto e sensação de cansaço nas pernas. A doença é causada, sobretudo, por questões hereditárias, mas o tratamento adequado pode reduzir os sintomas e evitar a progressão do problema para doenças mais complexas, como as úlceras de estase.
As varizes podem causar, além de sintomas como dor, sensação de peso, cansaço e queimação nas pernas, inchaço, sangramento, escurecimento da pele, flebites (que são tromboses venosas superficiais) e até mesmo elevar os riscos de desenvolver úlceras (feridas) em casos mais avançados. Mesmo que tenha a genética como o principal fator de risco, o aparecimento do problema pode estar associado também a outros fatores de risco como a obesidade, o sedentarismo, uso de medicações hormonais, atividade laboral, gestações e ao avanço da idade.
.Embora seja um problema que não tem a idade como principal fator de risco, mulheres acima dos 40 anos estão 78% mais suscetíveis ao aparecimento de varizes. O levantamento revelou que pacientes com idades entre 50 e 59 anos concentram 28% dos casos, já mulheres com idades entre 40 e 49 anos são responsáveis por outros 27% dos registros.
FONTE:PORTALODIA.COM
Comments