O mais recente levantamento realizado pela Secretaria Estadual de Justiça (Sejus) revela um perfil significativo da população carcerária no Piauí. Pardos, pretos, jovens, primários e com baixa escolaridade são características proeminentes entre os detentos, destacando-se como elementos fundamentais para compreender a realidade prisional no estado.
Durante uma reunião no Ministério Público Estadual, gestores e agentes prisionais foram apresentados aos resultados do censo, que evidenciam a superlotação nas 17 unidades prisionais. Com apenas 3.100 vagas disponíveis para abrigar 6.592 presos, a situação se torna alarmante.
Os dados revelam que a maioria dos detentos são primários, sendo 51,2% deles ingressando no sistema prisional pela primeira vez. Além disso, a assistência jurídica apresenta desigualdades, com 43,1% assistidos pela Defensoria Pública e 14,3% desassistidos.
Os crimes mais comuns entre os presos são roubo, tráfico de drogas e homicídio. Surpreendentemente, 83% se autodeclaram pardos e pretos, enquanto a renda e a educação revelam um quadro de vulnerabilidade socioeconômica, com a maioria ganhando até um salário mínimo e mais da metade possuindo apenas ensino fundamental incompleto.
Em relação à remissão de pena, a grande maioria dos presos não se beneficia desse mecanismo, enquanto a faixa etária predominante dos detentos varia entre 25 e 45 anos, embora a idade de cometer o delito geralmente esteja na faixa de 18 a 24 anos.
O diretor jurídico da Sejus enfatizou a importância desse perfil para embasar políticas mais eficazes, especialmente no que diz respeito à educação e à segurança nas unidades prisionais. Enquanto isso, o estado enfrenta o desafio da superlotação, buscando soluções por meio da construção de novas unidades e reformas das existentes, como o projeto em Buriti dos Lopes e outras reformas no interior do estado.
FonTt: Cidadeverde.com
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